Redação

A Polícia Federal e a Promotoria Eleitoral de Brasnorte (579 km de Cuiabá) deflagraram, na última sexta-feira (8), a Operação Transporte Limpo, que tem como foco apurar denúncias de captação ilícita de sufrágio, transporte irregular de eleitores e abuso de poder econômico. O esquema investigado teria aliciado indígenas da etnia Enawene Nawe para favorecer determinados candidatos nas eleições municipais de Brasnorte.

A eleição local foi marcada pela polarização entre dois candidatos: o atual prefeito, Edelo Ferrari (UB), reeleito com 50,85% dos votos (4.634), e o delegado da Polícia Civil, Eric Fantin (PL), que obteve 49,15% (4.479 votos). A diferença acirrada entre os candidatos levanta suspeitas sobre o uso de práticas ilegais para influenciar o resultado. No entanto, a Polícia Federal não informou quais políticos estariam envolvidos nas suspeitas de compra de votos ou no aliciamento de eleitores indígenas.

Conforme a PF, a operação tem o intuito de desmantelar um esquema que teria promovido a transferência de títulos eleitorais de indígenas para Brasnorte, visando favorecer candidatos a vereador e prefeito no município. A investigação busca ainda esclarecer se houve tentativa de transportar esses eleitores em massa até os locais de votação.

Fontes ligadas à operação afirmam que dois servidores da Prefeitura de Brasnorte estão entre os investigados. Eles teriam organizado o fretamento de dois ônibus para transportar os indígenas até o município no dia da eleição, em uma suposta estratégia para assegurar a presença desses eleitores e favorecer candidatos específicos.

O nome "Operação Transporte Limpo" refere-se ao uso de transporte gratuito como forma de aliciamento. A ação visa interromper essa prática, preservando a transparência e a lisura do processo eleitoral. As investigações continuam, e a Polícia Federal, em conjunto com a Promotoria Eleitoral, segue apurando evidências para garantir que o pleito em Brasnorte seja livre de interferências ilícitas.